AMOR EM DIÁLOGO
Ramatis / América Paoliello Marques*
PERGUNTA — De que forma será feita a transição entre a época atual e o advento da Jerusalém Renovada no que concerne à implantação de expansão maior do Amor entre os homens?
RAMATIS — Ninguém será capaz de amar sem conhecer-se a si mesmo.
PERGUNTA — Compreendemos que amar é doar-se ao próximo. Foi sempre essa a concepção mais corrente: “fazei ao vosso irmão o que desejaríeis que vos fizessem”. Como explicar a vossa afirmação?
RAMATIS — Se não vos conhecerdes em vossas próprias necessidades, como reconhecereis as de vossos irmãos para servi-los adequadamente, se em última análise as necessidades do próximo são basicamente as mesmas?
Se não vos souberdes socorrer a vós mesmos, estareis muito pouco capacitados a servir em bases realmente úteis ao vosso irmão.
Além disso, carentes em vossas expressões espirituais, vosso gesto de socorro poderá, geralmente, restringir-se ao sentimento de solidariedade, impotente para fornecer maiores contribuições à renovação efetiva de vosso companheiro de jornada.
PERGUNTA — Que mais seria possível, além da solidariedade, oferecer ao irmão necessitado sob a forma de Amor?
RAMATIS — Existe uma gama infinita de interpretações para o Amor.
Ao nos referirmos à doação dessa sublime vibração são tão amplas as escalas em que poderemos nos encontrar quanto são diversificados os estágios evolutivos dos seres criados.
Daí a complexidade evidenciada quando alguém precisa assinalar os ensinamentos, pois há instrutores e aprendizes na mais infinita gama de aprendizado e assimilação da espiral do Amor Universal que se manifesta no Todo.
Ao emitir e receber no padrão que lhe seja peculiar, o ser torna-se fiel ao seu processo de enquadramento sucessivo aos diversos níveis de realização.
Definindo essa palavra como o ato de se colocar em “ação” no “real” que lhe é perceptível e acessível, podereis compreender que a troca será efetuada nos mais variados padrões.
Porém, o que efetivamente conta é que o “quantum” desse Amor em trânsito seja generosamente oferecido como uma oblação às Forças Criadoras do Universo, em um gesto que engrandece e ratifica o grau alcançado de participação no fluxo extraordinário da Vida, que absorve em si o potencial mobilizado por todas as almas conscientes de sua participação grandiosa no panorama dinâmico da evolução coletiva, o qual se expande desde o átomo às esferas extraordinariamente balsâmicas, onde a Luz se manifesta em todo o seu esplendor.
PERGUNTA — Diante de tais explicações, séria dúvida nos assalta. Na eventualidade de existir uma grande distância na evolução espiritual entre quem doa e quem recebe, surge uma real dificuldade para ser aceita a forma mais aprimorada de expressar o Amor. Pelo que temos observado, aspectos mais refinados desse amor ao próximo costumam ser até interpretados como desinteresse e hostilidade. Que fazer?
RAMATIS — O Amor, quando veiculado, higieniza o vaso que o transportou. Essa é a medida e a defesa, automaticamente assimiladas pelo instrumento das energias poderosas da vida.
*Fonte: JESUS E A JERUSALÉM RENOVADA, 2019