LIDERANÇA: 12 Diretrizes Espirituais

 em Espiritualidade, Liderança

 NICANOR /América Paoliello Marques

 

1  O nosso trabalho, como a nossa individualidade, não são os únicos pelos quais o Senhor pode se revelar. A Força é Dele, o trabalho é nosso. No momento em que nosso trabalho não estiver habilitado a revelar-lhe a vontade, outros surgirão. Não nos apeguemos a nada que seja exterior, nem mes­mo ao trabalho que executamos. Ele é um meio e não um fim.

2 Preparar almas para a continuidade da tarefa é impor­tante, porém, a afinação interior de cada qual é que res­ponderá pela continuidade da revelação, pelo contato com a Força Criadora.

3 Se a obra é do Eterno, não nos devem preocupar as con­dições do momento para a sua manutenção. O futuro reserva surpresas imprevisíveis. Se cremos que somos obreiros do Senhor, devemos colocar em Suas mãos a realização da parte principal, que representa o planejamento do que nos escapa.

4 Iludimo-nos, frequentemente, por invertermos a ordem das nossas realizações temporárias. Pretendemos que, por nos ter sido entregue uma parcela de responsabilidade maior junto aos nossos irmãos, eles deverão permanecer sob nosso controle. Grande engano! Somos todos iguais diante de Deus. Maiores satisfações devemos ao próximo sempre que somos investidos da responsabilidade de orientar. Inclusive, esta é uma forma de defesa do espírito que sente sua fraqueza e deve recorrer aos irmãos que o cercam para que, por sua vez, seja contemplado com o dom da palavra esclarecida de seus irmãos, a apoiá-lo nos momentos difíceis.

5 Crer nas possibilidades do próximo e incentivá-las exclui a possibilidade de uma ação centralizada em demasia. Os rumos do verdadeiro Cristianismo são fundamentalmente democráticos, generosos, fraternos. O Cristo jamais se atribuiu soberania terrena nem auto­ridade discricionária. Afirmou-se instrumento do Pai, a Ele atribuiu suas obras e afirmou que todos nós “somos deuses”, isto é, temos as mesmas potencialidades em estado latente.

6 Cabe a quem recebe a incumbência de orientar a caminhada de seus irmãos na Terra estimular o crescimento dessas for­ças que nele se encontram em estado latente. Assim como, num organismo físico, células novas devem substituir as que se desgastaram, sem que os “moldes psíqui­cos” se desfaçam, a Mente Divina, que sustém o organismo da Vida, se incumbe de substituir, no panorama terreno, as células ou almas de cada conjunto, que pode ser comparado a um pequeno órgão do grande organismo universal.

7 As organizações terrenas que não se impregnam desse espírito de renovação criadora tornam-se esclerosadas e de­cadentes.

8 Os homens que, a pretexto de defender a Obra do Se­nhor, julgando-se possuidores exclusivos dos atributos mais adequados ao bom andamento das tarefas, impedem o cres­cimento das capacidades latentes do seu próximo, sob a ale­gação de maior defesa do Bem, certamente desviarão a orien­tação do Alto para o seu ponto de vista particular e, naturalmente, limitado.

9 Quem se sentir perfeitamente ligado à inspiração do Alto esperará que a Força Criadora lhe ofereça outras fon­tes de esclarecimento, que não sua concepção individual do Bem. De preferência, organizará suas atividades em equipes capazes de, pelo atrito das ideias fraternas, garantir a vitalidade do processo evolutivo.

10 A evolução torna-se estacionária todas as vezes em que o pensamento de um único homem prevalece na orientação de seus irmãos. A concentração de poderes absolutos na pessoa de uma das células do organismo universal forma como um ponto de congestão, através do qual o sangue das ideias criadoras não pode circular livremente.

11 Entre a desagregação e o esclerosamento existe o dina­mismo tranquilo da liberdade fraterna, único clima onde o Amor realmente existe. Porém, para que esta vibração seja o norte para o qual todos se voltem, é preciso que caminhem despreocupados das pessoas que veiculam este Amor e que podem e devem ser, por exigência natural das aptidões individuais, alternadamente, ora um ora outro, os veículos de que o Senhor se utiliza para fazer sentir a Sua vontade, em múltiplos aspectos.

12 A responsabilidade de dirigir um grupo humano, seja ele qual for, representa o maior teste de humildade que um espírito encarnado pode viver, pois é esta a oportunidade de aprender a apagar-se no momento oportuno, para dar, deli­beradamente, supremacia à Verdade que estiver sendo veiculada por outro. É saber reconhecer quando chega o mo­mento de reverenciar a Verdade que lhe vem pelas mãos dos companheiros diante dos quais foi investido da responsabili­dade da decisão.

 

Fonte : Marques, A.P. TRANSMUTAÇÃO DE SENTIMENTOS (2018, p.131-136)

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